[Entrevista] - Maurício Gomyde



Maurício Gomyde
Olá, leitores! O convidado para o "Entre ratos" da vez é um escritor que admiro muito: Maurício Gomyde. 

Ele tem quatro romances publicados de maneira independente: "O mundo de vidro", "Ainda não te disse nada", "O rosto que precede o sonho" e "Dias melhores pra sempre".  No ano passado, lançou "A máquina de contar histórias" com a Editora Novo Conceito.

Recentemente Maurício fechou contrato com a Editora Intrínseca e já está trabalhando em seu novo livro. :)

♥ Como sempre gosto de lembrar, em "Ainda não te disse nada" eu estou na história! O autor fez um sorteio e fui escolhida para ser uma de suas personagens. Essa é uma de minhas maiores alegrias como apaixonada por romances. 

Maurício Gomyde nasceu em São Paulo, mas vive em Brasília com a esposa e duas filhinhas lindas. Além de escritor, é músico. Dividi a entrevista em três partes para que vocês conheçam, além de seu trabalho como escritor, um pouquinho sobre seus gostos literários e sua vida.

Boa leitura!

O leitor

1. Qual o livro despertou seu gosto pela leitura e quando foi isso?
Não sei exatamente qual foi o livro. Cada vez que me perguntam isso eu cito um lá dos primórdios. Mas um muito marcante para mim foi “As Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift. Li muitos da coleção Vagalume também. Eram ótimos!

2. Qual seu personagem favorito do universo literário?
Acho que é o Rob Fleming, do “Alta Fidelidade” (Nick Hornby). Quando li esse livro, pensei: “Eu seria este cara, certamente”...rs.

3. Qual o livro com que mais se identifica e por quê?
Nossa, são tantos! Citar um é praticamente impossível. Deixa eu ver um aqui bem bacana: “O Apanhador no Campo de Centeio”. Gosto da personagem principal, o Holden Caulfield. E tem toda a “mística” que envolve o autor e o próprio livro.

4. Um livro que foi adaptado para o cinema e você gostou.
O Nome da Rosa, do Umberto Eco.

Home office de Maurício Gomyde.
5. Um livro que foi adaptado para o cinema e você detestou.
O Código da Vinci.

6. Qual seu estilo literário preferido? É o mesmo que você escreve?
Certamente. Escrevo romance, em suas vertentes de comédia, tragédia e romance. Perco-me em um bom romance e é impossível largar quando a história me pega.

7. Qual o autor que mais admira?
Montaigne. Os ensaios são imbatíveis.

8. Quantos livros leu em 2015? Qual o melhor até agora?
Li 5, apenas. Falta de tempo, concentração no novo livro. Mas o meu preferido foi “Elogio da Loucura”, de Erasmo de Rotterdam.

9. Deixe uma citação, uma passagem de algum livro que seja especial para você.
Segue uma do próprio “Elogio da Loucura”:
“Dizei-me por obséquio: um homem que odeia a si mesmo poderá, acaso, amar alguém? Um homem que discorda de si mesmo poderá, acaso, concordar com outro? Será capaz de inspirar alegria aos outros quem tem em si mesmo a aflição e o tédio? Só um louco, mais louco ainda do que a própria Loucura, admitireis que possa sustentar a afirmativa de tal opinião”.
O autor

1. Entre os livros que escreveu há algum pelo qual tenha um carinho maior? Se sim, por quê?
Como eu adoro todos os cinco, e é impossível preferir um filho a outro, vou ficar no “O Mundo de Vidro”, que é o primeiro.

Os cinco livros do autor.
2. O que te "transformou" em escritor? Você sempre escreveu ou houve um acontecimento que te inspirou a começar?
Não houve um evento específico, pelo menos de que me lembre. Sempre tive muita leitura e música em casa (sou de uma família de músicos). Eu escrevia letras de canções, e daí para resolver escrever algo mais longo foi um caminho natural.

3. Qual conselho você dá para quem quer publicar de maneira independente?
Para citar apenas um, eu diria “Viva intensamente sua história”. O escritor, a meu ver, deve viver suas personagens, saber onde vão, por que, quais músicas escutariam, a quais filmes assistiriam, do que gostariam de comer. Pesquisar muito, não ter preguiça de dar o melhor para o texto. Ao final, independentemente do alcance do livro, o escritor terá crescido e aprendido um bocado. Acho que ele deve ter em mente o seguinte: não é porque é independente que deve ser pior do que os livros editados por editoras. Já vi muito livro independente muito mais bem contado, acabado, diagramado e revisado do que livros de editoras. E se isso acontecer, certamente as editoras prestrão atenção.

4. Há um pouco de você e de sua família em "A máquina de contar histórias"? ((pergunta super A máquina de contar histórias hahaha Para quem não sabe, o protagonista do livro é escritor.))
Essa pergunta sempre vem, e não tem como correr da resposta. Tem sim muito a ver. Para quem me conhece pessoalmente e como trabalho minha escrita, vai enxergar ali muita coisa minha.

5. Recentemente você fechou contrato com a Intrínseca. Pode adiantar sobre o que será o novo livro?
Ainda não posso adiantar, porque estamos em processo conjunto de edição. Só digo aos leitores que já conhecem minha maneira de escrever, que o estilo vai continuar. Não teria motivo para mudar agora. Acho que a história ficou muito bacana e cheia de reviravoltas surpreendentes.

6. Como é sua rotina de trabalho?
Como eu também tenho outra atividade profissional, que me consome oito horas por dia, preciso escrever pela manhã bem cedo. Acordo todos os dias (de segunda a domingo!) às 5h da manhã. Escrevo até as 9h00 e então vou para o “outro” trabalho. Não costumo escrever de noite, quando volto. Aí, dedico-me integralmente à família (Vinícius Becker que o diga...rsrsrs). E durante o processo de escrita eu escrevo, reviso, pesquiso, escuto músicas, assisto a filmes, leio livros, etc. Tudo faz parte do processo.

7. Desde "O mundo de vidro", o que mudou em sua vida?
Quando lancei O Mundo de Vidro, não imaginava que a coisa chegaria tão longe. Gosto muito daquela frase que diz “Caminhantes, o caminho se faz caminhando!”. Estou caminhando. Não sei ainda onde vou chegar, mas já está divertido demais. A vida ficou muito envolvida pela literatura, ganhei grandes amigos, viajei muito, aprendi um tanto. Estou feliz, e esse é, em suma, o “grande projeto da vida”, não?

Etc

1. Quais são suas bandas preferidas?
Putz! Rsrs Vamos escolher algumas: U2, Police, Dire Straits, Iron Maiden, Queen, Legião Urbana, Paralamas…

2. Você é músico há quanto tempo? Quais instrumentos toca?
Há exatos 30 anos! Comecei muito cedo... rs Toco bateria, essencialmente. Mas arranho no violão, para compor.

3. Melhores filmes na sua opinião.
Putz, de novo! Um Sonho de Liberdade, O Poderoso Chefão, Cidade de Deus, De Volta para o Futuro, Indiana Jones...

4. Acompanha algum seriado? Qual (is)?
Nunca fui muito de acompanhar, mas ultimamente tenho descoberto. Assisti recentemente às três temporadas do “House of Cards” e confesso que foi meio viciante. rs

5. O que gosta de fazer em seu tempo livre?
Gosto de ficar com minha família M.

...

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